
CRÔNICA TROVADA DE UM CORAÇÃO
Maria Zélia Damásio Trindade
Fiz meu coração suave,
todo em plumas de algodão.
Mas... ai! Vento traiçoeiro,
em nuvens bem pequeninas,
desfez o meu coração.
Fiz meu coração de seda,
polida, doce, macia.
Mas, ai! Pura fantasia!
Vieram vento e granizo
e, com força, em frangalhos,
deixaram meu coração
todo em retalhos.
Fiz meu coração de pedra
pra nunca mais se quebrar.
Mas, ai! Um cinzel maldoso
de destino impiedoso
a pedra toda riscou.
Mil marcas pra se apagar.
Fiz meu coração de gelo,
frio, distante, incolor.
Mas, ai! Foi engano puro.
Só aparência de duro.
O fogo do amor voltou
e em gotas doloridas
o desmanchou.
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